domingo, 9 de julho de 2017

A minha paixoneta pela Diamanda

Eu com os meus 21 anos de menino tive uma espécie de paixoneta que não se concretizou e virou obcessão por uma menina da minha idade, ela andava atrás do vocalista de uma banda que tocava na altura em Portugal já há anos e que era uma banda de culto para mim e para muitos de nós, e eu pensava: olha ela não gosta de mim porque anda atrás do F., como se ele fosse deixar a mulher por causa dela, que pode ela querer ser senão uma groupie de Verão?, palhaçada, tanta mulher bonita e eu obcecado por ela. a coisa arrastou-se sem novidades, nova música, novas realidades culturais, novos amores até que dois anos mais tarde, numa nova experiência amorosa, pude dizer à nova ela: olha este disco, olha a Diamanda Galás, olha-te ao espelho, tu pareces a Galás, ela incomodou-se, sentiu-se ofendida, disse que eu não a amava e que amava, isso sim, uma fotografia, uma cantora de ópera marada. anos depois, já esta ela tinha decidido há muito que eu era uma ovelha tresmalhada e só negro eu lhe poderia trazer ao seu futuro tendo por isso decidido seguir a sua vida em frente, anos depois disse-me: encara-me como uma personagem que passou pela tua vida. e eu pensei: olha, afinal eu chamei de fútil uma menina que estava enamorada de um cantor e eu fiz o mesmo, enamorei-me pela cantora, pela sua voz, pela sua música, critiquei e fiz igual, o resultado: solidão.
depois descobri este disco
https://www.discogs.com/Diamanda-Gal%C3%A1s-With-John-Paul-Jones-The-Sporting-Life/master/6747
ela na música 'the sporting life' ela canta palavras em português,
e tudo voltou a fazer sentido. Galás e John Paul Jones, uau!, viva a música.


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